terça-feira, 15 de abril de 2008

O Apocalipse: mortos-vivos, vivacidade, contraste do obscuro com a luz, comédia mais refinada...gostei muito da construção e movimentação corporal-facial da personagem de Pedro Gonçalves (cobra? demônio enrustido?), da diferenciação das personagens de Walmick Campos (mais expressivo e bem casado para mim como o prefeito...percebo neste ator um trabalho de voz forte, apesar de achar que poderiam haver mais nuances e diferenciações, mas este menino têm uma luz, uma certa magnetude e não só pelo porte) e de Jadeilson Feitosa (os personagens são bem diferentes por si só, mas há uma autêntica e visível construção de cada um, a minuciozidade com que ele trabalha os papéis, os trejeitos, as variações na voz...não é de hoje que admiro o trabalho dele); acho que o papel da Cega ficou um tanto inexpressiva com relação aos outros dois Cegos (por que esses personagens são intitulados de Cego(a)? a intenção deles é clara, passam a mim o obscuro, as ''profundezas'', o aviso da morte ou a clareza dela? mas não sei se haveria uma definição ou há do que são?); será que um trabalho de voz mais masculinizado e forte ao senhor da primeira cena encaixaria-sse melhor com a personagem? (se não me engano é Sr.Domingos, mas há sim uma construção e movimentação corporal clara deste); a ''noiva-cadáver'' a mim parece que não a ''senti'', é como se destoa-sse do resto...mas isto não quer dizer que tenha sido um trabalho mal-feito e é lindo quando ela entra cantando; as duas irmãs têm um encaixe e entrosamento cênico visível; muito boa na primeira cena a briga das duas mulheres por Biu e uma cena mais ao final em um dado momento que um dos Cegos faz como se voltasse a movimentação e as personagens no tempo e ao final, qual o propósito da luz nos mortos-vivos e e a falta de luz nos Cegos?! Por que não o contrário?! Ao meu ver os personagens Cegos têm um papel fundamental e uma caracterização do exposto bem evidente, então penso que eles poderiam ser mais explorados, podendo haver mais intervenções destes...é como se tivessem ficado num segundo plano o que para mim não o é...achei muito mais interessante a ''parte'' deles do que do resto em si, a concepção, o que demonstram enfim; ahhh o casal que vive brigando me lembrou uma coisa meio ''Jeca Tatu'' , bem trabalhados, mas não em si personagens que me agradam. Eu não sei se era preciso uma exploração dos dramas dos personagens mas eu não percebi tanto ou percebi de uma forma não tão evidente...é que para mim não chegou nem como uma comédia e nem como um drama, talvez um ir e vir nisto, um meio termo...lendo o Release agora, é realmente uma sátira, utilizando o bom humor...os personagens tinham um quê de interioranos?! senti em algumas falas. Enfim, um trabalho bem feito mas ainda assim gostaria que houvessem mais das explorações das quais citei.

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