quarta-feira, 16 de abril de 2008

Hoje os ''meninos do princípios'' voltaram com o espetáculo "EM NOME DO PAI DA MÃE DOS FILHOS E DO ESPIRITO HUMANO AMÉM"!
Eu sou suspeita a falar: além de ter assistido algumas vezes, gosto bastante da peça em si e tenho um carinho especial por alguns do elenco.
Assistam, é teatro vivo e puro e percebi claramente nesta apresentação de hoje: elenco afiadíssimo, aprimoramento do exposto...o legal de ver mais de uma vez peças, filmes ou seja lá o que for é perceber nuances ou detalhes (por exemplo o olhar pulsante de emoção do ator, entonações de voz e até mesmo evoluções da construção das personagens, o que houve na peça).
É interessante e importante acredito, para os atores, a liberdade de criação que Joca Andrade permite, em que os criadores-atores identificando-se com o que se quer passar buscam e expõem a verdade artística que existe dentro de cada um, que chegou a mim com uma humanidade em comum...o estranhamento proposital do cutucar na sociedade é sentido eu acho, aos que não percebem-se com muitas das emoções daquelas personagens...aos que percebem-se podem sentir que o teatro é um lugar que permite que você perceba-se ''doente'' também, o que pode ser tratado com mais liberdade e naturalidade.

''O Artista capta e demonstra de forma exarcebada o que de mais íntimo e profundo existe no ser humano e que nem sempre ele gosta e quer ver''. Numa definição, a peça me remete a esta idéia.

*Raul e Érica exploraram mais o drama e os sentimentos das personagens uma para com a outra. Eu acho que não gosto da personagem da Érica, mas é sim bem exposta. Evolução importante da personagem do Raul...o corpo que permite a voz do animal-humano, do humano-animal?!
* Allexandre e Danniel exploraram mais o casal pai e mãe, o que ficaram mais bem apresentados, claros e naturais...o drama em si, não tanto o tom engraçado que existe aí...eu senti uma rapidez e energia do ''trocar'' das emoções e ''pele'' das personagens...Allexandre expôs nuances de emoção do olhar e muito de uma maior construção da mãe, o Danniel é a respiração bem clara, mas já senti mais a personagem dele em outras apresentações. Será que uma exploração diferenciada no corpo acrescentaria?
* Patrícia acrescentou a já sua bem desenvoldida expressão corporal, a voz mais forte e emoção da personagem mais visual. João Paulo e Fabiano, tive a percepção da construção diferenciada do corpo de cada um dos ''espectros'', mesmo que na junção de um mesmo. Mas desta vez ela destacou-se mais, a energia deles não estava tão presente...como se a personagem dela tivesse dado um salto, um pulo...mesmo que sendo central nela, os meninos já haviam conseguido antes uma certa descentralização.
* Eva e Júnior, tenho uma certa resistência ou proteção a esta esquete por uma questão pessoal de uma certa identificação, mas vocês continuaram com o desenvolvimento e aprimoramento maior que já havia percebido na apresentação do BNB.
* Leandro deu uma vivacidade a esquete, trabalho bem desenvolvido numa personagem um tanto complicado por conta da situação em que se encontra. Com o empenho e dedicação de Evandro ele chegou mais a uma verdade na atuação, o que ainda pode ser mais explorado. Eu não gostei dos deboches do menino que faz o capitão, é uma personagem muito bruto ao menos o que é passado.
* Ainda sinto falta das siamesas...acho que era essa esquete que me passava um estranhamento maior.

Parabéns a todos...quer dizer, continuem com muita merda, rs!

Um comentário:

Alexandre disse...

Lia....
FICO SEMPRE MUITO TOCADO COM SUAS PALAVRAS E MUITO SURPRESO COM SUA CAPACIDADE E SENSIBILIDADE DE PERCEBER OS DETALHES VIU....
MUITO OBRIGADO POR SEU CARINHO E INTERESSE EM TORNAR CADA VEZ MELHOR NOSSA ARTE...VOCE TEM CONTRIBUIDO MUITO NESSE PROCESSO DE CRESCIMENTO DAS PERSONAGENS ...
BEIJOS.....