terça-feira, 29 de abril de 2008

fui muito tocada com o espetáculo de dança Ind Gente, do grupo CEM coordenado por Silvia Moura. Solidão, agonia, vazio, nu, não nu...é forte e não passa desapercebido. Se eu for falar do tanto de coisa que me remete...vai sair muita coisa pessoal. Mas pelo que pude perceber do grupo, é uma arte contemporânea bem livre, experimental, buscando cada um em seu tempo as emoções e despreendimentos, não têm nada marcado, nem tão pensado e é bem mais para sensações e emoções expelidas.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Escrevo escutando Tori Amos-Strange Little Girl, porque eu estou com uma sensação boa depois do que assisti hoje!
Água de meninos/ Edmar Cândido, Jaime Ferreira, Márcio Medeiros e Paulo José: mistura de ''tipos'' masculinos...o elemento do fogo marcante, os ''meninos-réi'' brincando, hindus? movimentos de yoga? dançarinos de dança flamenca? ou uma tourada? roda de capoeira, orixás...como que um encaixe de rituais ainda fazendo menção ao elemento feminino, deusa...mas porque no título há água? fluir dos movimentos corporais? relação com a platéia das histórias contadas e do barquinho construido? êh, ele perguntou meu nome rs e fui eu quem soprei a vela para deixar tudo ir-se...cenário ao ar livre, distribuição de pedras, alimentos...porque sim, aquilo ali foi uma oferenda pois em cada um de nós há um Deus e uma Deusa, o fogo e a água.
*Bjork-Unravel.
Daqueles que se sente saudade/ Sâmia Bittencourt: que lindo, que fofo, que meigo, e num emocional-tênue. Ela é linda, toda pequenininha e entronquadinda, parece uma boneca...que fluídez, que experimentações...me veio muito durante o que vi desejo, desejo do quê? ela procurava e não achava ou achava e depois ia-se...vai ver era a saudade mesmo embalada com carinho. Mais um exemplo do que pode ser moldado com o corpo independente do tipo físico.
*Bjork-Pluto.
Desespero para a felicidade ou se eu não gostar, nada é para sempre/ Márcio Medeiros: já pelo título me remete a identificações e o texto ''bafo'' do começo...''realidade iventada''...forte, preciso, movimentações bem interessantes, variações de ritmo...um boneco que dava-se corda, um homem que repassava por si, pelo seu universo... meu olhar acompanhava e a minha cabeça rodava...putz, ''NE ME QUITTE PAS'' em uma voz masculina misturada com um sonzinho de uma menina...
Eu sou bem mais leiga em dança, para mim é um tanto difícil traduzir em palavras o que vi até porque é tão visual, tão ritmo-frenético...em uma peça de teatro se você busca opiniões talvez até dê para ter uma idéia mais clara apesar de cada um com sua interpretação mas a dança é mais ''escondido'', mais suavizado...e isto para mim.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

3 mostra repertória com o grupo cem (centro de experimentaçao em movimento)entrada 3reais(meia) 6reais(inteira), no Teatro José De Alencar.corpos aprisionados dia 22 asw 18:30 palco principal.mentiras sinceras dia 23 asw 18:30 palco principal.ind gente dia 26 estréia porÃo.engarrafada dia 27 porÂo gratis.contra tempo na rua gal.sampaio com leberato barroso dia 29 asw 14:00.ind gente + parece que foi ontem. um solo com silvia moura reverencia as pessoas fundamentais em sua trajetória. estréia dia 29 asw 16:00.gratis.conversa de coreógrafiaconvida:silvia moura, andréa bardawil, heber stalin e thais gonçalves. dia 29 asw 17:30 no foyer. gratis.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Hoje os ''meninos do princípios'' voltaram com o espetáculo "EM NOME DO PAI DA MÃE DOS FILHOS E DO ESPIRITO HUMANO AMÉM"!
Eu sou suspeita a falar: além de ter assistido algumas vezes, gosto bastante da peça em si e tenho um carinho especial por alguns do elenco.
Assistam, é teatro vivo e puro e percebi claramente nesta apresentação de hoje: elenco afiadíssimo, aprimoramento do exposto...o legal de ver mais de uma vez peças, filmes ou seja lá o que for é perceber nuances ou detalhes (por exemplo o olhar pulsante de emoção do ator, entonações de voz e até mesmo evoluções da construção das personagens, o que houve na peça).
É interessante e importante acredito, para os atores, a liberdade de criação que Joca Andrade permite, em que os criadores-atores identificando-se com o que se quer passar buscam e expõem a verdade artística que existe dentro de cada um, que chegou a mim com uma humanidade em comum...o estranhamento proposital do cutucar na sociedade é sentido eu acho, aos que não percebem-se com muitas das emoções daquelas personagens...aos que percebem-se podem sentir que o teatro é um lugar que permite que você perceba-se ''doente'' também, o que pode ser tratado com mais liberdade e naturalidade.

''O Artista capta e demonstra de forma exarcebada o que de mais íntimo e profundo existe no ser humano e que nem sempre ele gosta e quer ver''. Numa definição, a peça me remete a esta idéia.

*Raul e Érica exploraram mais o drama e os sentimentos das personagens uma para com a outra. Eu acho que não gosto da personagem da Érica, mas é sim bem exposta. Evolução importante da personagem do Raul...o corpo que permite a voz do animal-humano, do humano-animal?!
* Allexandre e Danniel exploraram mais o casal pai e mãe, o que ficaram mais bem apresentados, claros e naturais...o drama em si, não tanto o tom engraçado que existe aí...eu senti uma rapidez e energia do ''trocar'' das emoções e ''pele'' das personagens...Allexandre expôs nuances de emoção do olhar e muito de uma maior construção da mãe, o Danniel é a respiração bem clara, mas já senti mais a personagem dele em outras apresentações. Será que uma exploração diferenciada no corpo acrescentaria?
* Patrícia acrescentou a já sua bem desenvoldida expressão corporal, a voz mais forte e emoção da personagem mais visual. João Paulo e Fabiano, tive a percepção da construção diferenciada do corpo de cada um dos ''espectros'', mesmo que na junção de um mesmo. Mas desta vez ela destacou-se mais, a energia deles não estava tão presente...como se a personagem dela tivesse dado um salto, um pulo...mesmo que sendo central nela, os meninos já haviam conseguido antes uma certa descentralização.
* Eva e Júnior, tenho uma certa resistência ou proteção a esta esquete por uma questão pessoal de uma certa identificação, mas vocês continuaram com o desenvolvimento e aprimoramento maior que já havia percebido na apresentação do BNB.
* Leandro deu uma vivacidade a esquete, trabalho bem desenvolvido numa personagem um tanto complicado por conta da situação em que se encontra. Com o empenho e dedicação de Evandro ele chegou mais a uma verdade na atuação, o que ainda pode ser mais explorado. Eu não gostei dos deboches do menino que faz o capitão, é uma personagem muito bruto ao menos o que é passado.
* Ainda sinto falta das siamesas...acho que era essa esquete que me passava um estranhamento maior.

Parabéns a todos...quer dizer, continuem com muita merda, rs!

terça-feira, 15 de abril de 2008

O Apocalipse: mortos-vivos, vivacidade, contraste do obscuro com a luz, comédia mais refinada...gostei muito da construção e movimentação corporal-facial da personagem de Pedro Gonçalves (cobra? demônio enrustido?), da diferenciação das personagens de Walmick Campos (mais expressivo e bem casado para mim como o prefeito...percebo neste ator um trabalho de voz forte, apesar de achar que poderiam haver mais nuances e diferenciações, mas este menino têm uma luz, uma certa magnetude e não só pelo porte) e de Jadeilson Feitosa (os personagens são bem diferentes por si só, mas há uma autêntica e visível construção de cada um, a minuciozidade com que ele trabalha os papéis, os trejeitos, as variações na voz...não é de hoje que admiro o trabalho dele); acho que o papel da Cega ficou um tanto inexpressiva com relação aos outros dois Cegos (por que esses personagens são intitulados de Cego(a)? a intenção deles é clara, passam a mim o obscuro, as ''profundezas'', o aviso da morte ou a clareza dela? mas não sei se haveria uma definição ou há do que são?); será que um trabalho de voz mais masculinizado e forte ao senhor da primeira cena encaixaria-sse melhor com a personagem? (se não me engano é Sr.Domingos, mas há sim uma construção e movimentação corporal clara deste); a ''noiva-cadáver'' a mim parece que não a ''senti'', é como se destoa-sse do resto...mas isto não quer dizer que tenha sido um trabalho mal-feito e é lindo quando ela entra cantando; as duas irmãs têm um encaixe e entrosamento cênico visível; muito boa na primeira cena a briga das duas mulheres por Biu e uma cena mais ao final em um dado momento que um dos Cegos faz como se voltasse a movimentação e as personagens no tempo e ao final, qual o propósito da luz nos mortos-vivos e e a falta de luz nos Cegos?! Por que não o contrário?! Ao meu ver os personagens Cegos têm um papel fundamental e uma caracterização do exposto bem evidente, então penso que eles poderiam ser mais explorados, podendo haver mais intervenções destes...é como se tivessem ficado num segundo plano o que para mim não o é...achei muito mais interessante a ''parte'' deles do que do resto em si, a concepção, o que demonstram enfim; ahhh o casal que vive brigando me lembrou uma coisa meio ''Jeca Tatu'' , bem trabalhados, mas não em si personagens que me agradam. Eu não sei se era preciso uma exploração dos dramas dos personagens mas eu não percebi tanto ou percebi de uma forma não tão evidente...é que para mim não chegou nem como uma comédia e nem como um drama, talvez um ir e vir nisto, um meio termo...lendo o Release agora, é realmente uma sátira, utilizando o bom humor...os personagens tinham um quê de interioranos?! senti em algumas falas. Enfim, um trabalho bem feito mas ainda assim gostaria que houvessem mais das explorações das quais citei.

domingo, 13 de abril de 2008

Dois programas culturais.
Hoje era o último dia desta exposição: ''Entregue às Moscas- Grupo Acidum Grafite – Design – Vídeo Arte – Intervenção – Stickers – Stencil. A exposição exibe um painel multifacetado de linguagens gráficas. As imagens - grafites, vídeos, instalações, stencil e adesivos - causam impacto e admiração. As expressões e movimentos da cidade são postos em cena como forma de repensar o urbano. Contemplado no Edital de Artes da Funcet.'' Vi tudo muito rápido mas as imagens e a forma como foram compostas são lindas, excêntricas, fortes...difícil de apagar da memória.
Pûde conferir também o ''Cine Ceará''. Na programação de hoje: ''O vídeo "Fortaleza 24h" integra as comemorações dos 282 anos de Fortaleza. O vídeo reúne 24 realizadores, cada um deles tem um minuto para apresentar uma hora na cidade. O projeto é uma iniciativa do Olhar Brasil - Núcleo de Produção Digital da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza, em parceria com a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, 18º Cine Ceará e Universidade Federal do Ceará.'' Vídeos diversificados, mesclamento de várias formas, alguns bastante interessantes, uns que chamaram mais a atenção...mas todos feitos com qualidade e esmero. Vídeos de pessoas queridas estavam entre os 24, ráh ráh!
*http://www.cineceara.com.br/

Sem muita inspiração a escrever, vi tudo muito corrido, não tive tanto tempo de contemplar da forma como gosto e ''matutar''...mas o legal é que foram novas linguagens e novas formas de visualização...é bom diversificar.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Projeto Abracadabra no TJA/ Peça A Casa das Mulheres da Lua/ Grupo Fraternidade de Artistas Cavaleiros da Dama Pobresa/Dirção: Graça Freitas, Cleyson Catarina e Alan Mendonça.
Percebi na peça um emaranhado de tradições culturais e exposição em uma personagem núcleo disto. Me veio uma mistura de poesia com popular. Não consegui captar tanto as mensagens que eram expostas atravéz da personagem que trouxe-me curiosidade no sentido de ''o que representa? o que quer mostar? o que exatamente é isto?...'' Astro-Rei é o que me vêm, mistura de dualidades, acho que por vezes uma trágico-comédia, talvez uma Comédia Dell'Arte rebuscada e revisitada nas expressões pitorescas. Músicos ajudaram na atmosfera. Algumas cenas ''transformadas'' em imagens chamaram a atenção. Mas em alguns momentos passou a mim algo forçado, não tão orgánico do ator. Talvez o papel pedisse. Ou talvez apenas sejam as minhas impressões.

*Matéria:
http://www.opovo.com.br/opovo/paginasazuis/778957.html (um pouco dos pensamentos e da tragetória do fantástico - pelo pouco que já vi- e conterrâneo ator Gero Camilo)

domingo, 6 de abril de 2008

Dentro da programação do PALCO GIRATÓRIO assisti a peça ''Amor e Loucura'' de A Roda Teatro de Bonecos (BA): para mim, apesar do lirismo utilizado, não encaixou-se texto e exposição cênicas, no caso a utilização de bonecos. O texto é pesado (poético, mas falo no sentido dramático) mas há um distanciamento e suavização, acredito que por conta desta utilização. Há cenas bonitas, bem casadas a movimentão e manipulação dos bonecos, mas a peça torna-se cansativa. Eu não gosto tanto desta manifestação teatral, mas enfim há arte da mesma forma. A platéia pareceu gostar, risadinhas do gênero ''que fofo, que meigo, que bonito''...mas eu acho que este texto merece atuações de atores e não a manipulação dos bonecos e no caso pode ser o fato de eu não estar tão acostumada com este tipo de teatro, mas enfim é da forma como percebo e no caso o grupo têm todo o direito de expressar-se da forma que quizer. Em um rápido momento lembrei de Hoje é Dia de Maria, que utiliza também bonecos. Não sei, a roupa preta dos ''manipuladores'', não gostei tanto...talvez pode ser mais um elemento de distanciamento e estranhamento à platéia. É como se quizesse tocar mais não tocasse, quizesse chegar mas não chegasse...como se tivesse um impasse, um impedimento. Não gostei tanto, mas enfim pûde ver um outro tipo de linguagem, uma outra forma do fazer teatral.
Bjork para mim é como que a fina flor de maestria excêntrica. Super artística, linda em seu semblante, difere praticamente em todas as suas músicas. Ela canta com amor, com verdade e de certa forma atua também (assistam Dançando no Escuro...ela atua lindamente, o filme é triste mas lembro-me que me deu umas sensações de roupantes em alguns momentos). Toda vez que procuro dançar visando o teatral eu busco suas músicas, que me dão inúmeras possibilidades e vontades de externuar a expressão corporal e as emoções também. Ela toca na minha alma.

É bem casado as expressões corporais e as possibilidades que ele usa, emocionais também com a forma dela cantar...mas acho que me causou uma sensação diferente, um estranhamento do qual não sei qual seja...acho que é uma vontade de estar ali talvez, externuando tudo. Claro, efeitos especiais, imagens ''transcendentes'' mas a essência está ali. Música extridente!
Pluto (tradução)
PlutãoDesculpeMas vou ter queExplodirExplodir esse corpoMe desligarEu ficarei novinho em folhaNovinho pro amanhãUm pouco cansadoMas novinho em folha.


Abril-Agenda Cultural:

FESTIVAL PALCO GIRATÓRIO 2008:
http://www.fecomercio-ce.org.br/content/aplicacao/fecomercio-ce/2008-03-marco/gerados/27_prog_palco.asp

CENTRO CULTURAL BANCO DO NORDESTE: http://www.bnb.com.br/content/aplicacao/Centro_Cultural/Agenda/gerados/agenda_abril2008.asp#6

CENTRO DRAGÃO DO MAR DE ARTE E CULTURAL:
(exposições) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_expo
(cinema) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_cinema
(teatro) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_teatrodanca
(dança) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_danca
(literatura) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_literatura
(infantil) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_infantil
(música) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_musica
(planetário) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=esp_planetario1
(múltiplas linguagens) http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_progfixa

CENTRO CULTURAL BOM JARDIM:
http://www.dragaodomar.org.br/index.php?pg=p_bomjardim

TEATRO JOSÉ DE ALENCAR:
(embaixo aperte no link do teatro) http://www.secult.ce.gov.br/

terça-feira, 1 de abril de 2008

"Eu adivinho coisas que não têm nome e que tal­vez nunca terão. É. Eu sinto o que me será sempre inacessível. É. Mas eu sei tudo. Tudo o que sei sem propriamente saber não tem sinônimo no mundo da fala mas me enriquece e me justifica. Embora a palavra eu a perdi porque tentei falá-la. E saber-tudo-sem saber é um perpétuo esquecimento que vem e vai como as ondas do mar que avançam e recuam na areia da praia. Civilizar minha vida é expulsar-me de mim. Ci­vilizar minha existência a mais profunda seria tentar expulsar a minha natureza e a supernatureza. Tudo isso no entanto não fala de meu possível significado. O que me mata é o cotidiano. Eu queria só ex­ceções. Estou perdida: eu não tenho hábitos."
(Um Sopro de Vida - Clarice Lispector)


*Dedico o post de hoje a ela, porque eu bem devo estar num momento ''Clariciano''...eu sinto que ela me entende apesar de eu ainda não a sentir exatamente: lendo Felicidade Clandestina, as crônicas ou contos passam e não passam a mim, chegam e não chegam...é algo que eu ainda não sei explicar e nem sei ao certo se já gosto de sua escrita, mas interessa-me além de achar fantástica!