domingo, 17 de agosto de 2008

Eu roxo: vermelho, rosa, amarelo, azul...vários eu´s de cores, de uma cor só ou de muitas? Acho que nenhuma cor cabe ali, porque mesmo com os corpos dançando dos meninos, o que vi ali me remete a evaporação ou a algo o mais distante possível de materialização de um ser...talvez pelo ambiente (a calçada, o sol, a chuva como presente e as bolinhas de sabão ou talvez nem seja por nada de nada). Essa intitulação ao espetáculo intimista e subjetivista, sendo dois bailarinos num mesmo espaço pode acentuar as diferenças, o distanciamento, o ''dois bicudos não se beijam'' ou de ali existir uma mesma energia, como se os dois fossem um só. Fica meio desapercebido ainda o que realmente é aquilo ali, que intenções estão presentes, é meio longe, meio para se olhar e ir num ritmo meio como que ao sabor do vento ou ao acompanhamento das bolinhas, o que torna poético e suave o olhar-se...observação de corpos em movimento desapegados de algum conceito entendível ou como diria Lispector: '' - não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não, quero uma verdade inventada. "

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