terça-feira, 5 de agosto de 2008

Umbandangandãns: meu deus, que imensidão de poesia, vivacidade e roupante de um vermelho aqui dentro do peito! O solo de Paulo é lindo e vasto, intrínseco ao universo da paixão, da ''manifestação afro'', do rebuscado do rebuscado do rebuscado do que quer gritar-se e não mais ter apunhalado, acovardado em si emoções tão fortes e com um texto subliminar, pessoal, do âmago. A musiquinha inicial eu já adorei, mas me irritou pessoas do lado rindo. A movimentação corporal dele depois da musiquinha inicial é tão marcante: algo teso, des/construção, animalesco, grotesco...parecia que havia fios puxando as partes movimentadas. Que voz suave e forte. Inquietei-me quando já com a saia ele vai andando em círculo. Quando a entidade vêm a tona fiquei pensando de que a mulher deveria estar mais clara na voz e no corpo, mas me veio de que é uma mistura do masculino com o feminino. Um amigo comentou de que a saia seria uma metáfora da representação da mulher que ele perde? Ah, quando há a música e ele fala as falas da música num tom contrário a forma cantada...agressivo, desgastado, e olha com aquele olhar forte, preciso, seguro e carregado de emoção abafada e para mim...sim, pode não ter sido a intenção de ser para mim mas para mim como espectadora foi sim...e eu que já derramava lágrimas, chorei mais...um choro de nem sei o quê direito...mas a verdade dele me tocou. Tinha horas que eu queria ter estado no palco...o desabafo me chamava, me seduzia, dizia para mim tanta coisa...que eu ainda quero viver tanto e até um certo ponto mais suave da forma como ele falava do amor, porque o rompimento não é logo denunciado de cara e me chamava para: ''vai viver menina, vai viver os teus amores''. Tão bom sentir novamente a sensação de ser mechida e tocada pela arte...água!

''Quem não quiser sofrer só me ame não me traia.''
''(sonde o seu si mesmo e se diga: o Eu é sempre recomeço. por isso estamos sempre findando e refundando a vida...)''

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