domingo, 7 de setembro de 2008

Curral Grande: se eu pudesse descrever em poucas palavras o espetáculo seriam “quadros expressionistas”, mas ainda não consigo perceber muito a atmosfera a qual fui remetida. Foi também tudo tão minimalista aos meus olhos: o figurino, os movimentos, etc...porém claros e precisos. Nem tive vontade de chorar e também não refleti, talvez tenha me atentado mais a estética, ao trabalho corporal. Foi tudo tão simples mesmo no exagero e bonito...aquela coisa de sentir de uma forma diferente, sem explicação. Tinha expressões tão lindas e marcantes como à das meninas que representam a outra sendo estuprada, a imagem católica se desmanchando e também a marcação de mudança de uma cena para outra me pareceu como aqueles animais, os bois que ficam rodando nos moinhos, ou a própria imagem de um campo de concentração.
Este foi um dos poucos espetáculos ao qual eu observei muito pouco o que pode ser melhorado, o que falta...acho que estou assim absolvida por este universo que me chamou muito para uma vontade de desenvolver algo nesta concepção.
Eu já havia sabido nas aulas de história sobre os currais do governo, mas ainda não tinha parado para pesquisar mais a fundo, então acho que este resgate do grupo a temática foi importante em um sentido de apropriar-se como cidadão nordestino, cearense a respeito de nossa história e, que o sofrimento do nosso povo não se aplica somente a questão da seca, apesar de também fazer parte do contexto.
Além do quê, é perceptível a unidade e a coletividade neste trabalho, o que dá gosto de ver pensando que teatro é isso, todos colocando a mão na massa para que este trabalho tão artesanal se desenvolva com qualidade, esmero...e magia. Eu faço minhas as palavras de um amigo: “ele me chegou completo”!

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