sexta-feira, 16 de maio de 2008

Foi bom ter saído de casa para ver ''OS SINOS''...espetáculo que esteve na programação deste mês do TJA.
O descenário ou cenário mais livre digamos têm uma simbologia lúdica. Há uma força muito constante ali, um ambiente neurastémico. Pensei que fosse me envolver mais, mas a evolução até o ápice final é surpreendente, há picos e picos de variações de emoção. Aquela cena final da mãe com o filho é muito marcante (me remeteu a uma mistura de sufocamento, agonia e desespero). O confrontamento entre pai e filha por entre as cadeiras é bem estético e seria um elemento de estranhamento? Que construção linda da personagem do filho, o corpo que fala mesmo. Os demais atores também com construções bastante convincentes. Continuo com o pensamento de, mesmo com uma desestruturação familiar antes do ocorrido, a gota d'água foi com a morte da filha e o amor incondicional da mãe pela menina (que me veio muito de uma fantasia em torno dela, algo p/distorcido e doentio) é que desenrola e desarmoniza tudo...a mãe-matriz, a mãe-leoa, a mãe amorosa porém que renega os demais, parece que ela só ama a que morreu...tudo gira em torno dessa menina morta...até porque ela não cuida dos outros dois filhos, deixa o menino amarrado, não permite que a outra filha chegue até ela...não sei se os antecedentes do histórico desta familia era assim, mas me foi passado isso. A única ''sadia'' e corajosa mesmo era a outra filha, mas acho que pode haver mais energia disto na personagem. Gostei muito do som feito com as mãos na ''madeira'', mas achei a outra música desnecessária e que não casava com o conjunto. Ah, achei bacana o tempo de espera após a luz fechada para que os atores entrassem em cena...o que pode remeter ao ambiente fúnebre e sombrio. No comeco pela postura e roupa pensei que a filha na verdade fosse a mãe e na cena em que a mãe aparece com as costas nuas e marcas de surra acho que poderia ficar mais interessante, marcante se fosse na verdade a filha ali (na fala do pai foi me passado essa idéia) e acho que a personagem da filha poderia ter tido um envolvimento maior com o pai, que por exemplo houvesse uma relação de incesto...isso poderia até mesmo incitar uma revolta e repúdio maior da filha viva pela família o que já vi que foi tentado passar. Gostaria de ver novamente. Reflexões mil.

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